segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Grupo Mateus chega a Marabá anunciando agressividade em preços e investimentos


Em coletiva concedida esta manhã em Marabá, o presidente do Grupo Mateus, Ilson Mateus, ao lado de toda a diretoria da empresa, oficializou a chegada ao município com a inauguração do supermercado, dia 30, sexta-feira próxima.
Anunciada pelo Diretor Comercial do grupo, Jesuíno Martins, a política de preços do supermercado disponibilizará cerca de 3 mil itens em caráter promocional. A qualidade dos serviços e produtos oferecidos é parte integrante de filosofia da empresa.
“Somos abusados com qualidade”, enfatizou Ilson Mateus, ao esclarecer  um dos diversos fatores de sucesso do grupo que emprega 13,5 mil pessoas.
Em Marabá, quando as três lojas em fase de implantação estiverem em pleno funcionamento,  mais 1.200 empregos estarão garantidos, sem contar com mais 1.200 pessoas que serão contratadas para o projeto do CD (*)  a ser construído  na cidade a partir de 2013.
O investimento do CD é da ordem de R$ 100 milhões.
Até o aniversário de Marabá (5 de abrirl), é provável que as três lojas do grupo estejam devidamente entregues à população
A segunda loja do grupo, em formato Cash and Carry (atacado e varejo), deverá ser aberta até o final de fevereiro de 2013. abrigando em seu entorno um hotel e posto de gasolina, com área construída de quase 8.000 m2, e  400 vagas para estacionamento.
O atacarejo fica localizado em frente ao aeroporto, na Cidade Nova.
O hipermercado em fase de construção na Folha 26, Nova Marabá é o último a ser entregue, em função da extensão do empreendimento, que oferecerá restaurante e mais 30 lojas alocadas ao prédio do hiper  - espécie de galeria, com 600 vagas para estacionamento
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(*)  CD   é um  centro de distribuição,  ou  unidade construída por  empresas para armazenar produtos produzidos ou comprados para revenda, com a finalidade de despachá-los para outras unidades, filiais ou clientes da rede.  O Grupo Mateus trabalha no projeto do CD  com objetivo de obter uma distribuição mais eficiente, flexível e dinâmica de suas mercadorias.
Em alguns aspectos, como no  caso do CD do Mateus, a atividade fim é a verticalização de alguns produtos, como itens de panificação e frios.

Ilson Mateus fala à imprensa, cercado de diretores do Grupo Mateus

FONTE: www.hiroshibogea.com.br

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

22/11/2012
 Muito lixo nas ruas até 2016?
 
Senhoras e senhores, tampai vossos narizes, fechai os olhos e fortalecei vosso sistema imunológico contra doenças porque o lixo que se espalha pela cidade tem data de validade longa: 4 de abril de 2016. É que a Prefeitura assinou recentemente um aditivo do contrato com a empresa Leão Ambiental, que vem realizando um trabalho questionável na coleta de lixo nas ruas da cidade.

O contrato anual da Leão Ambiental com a Prefeitura de Marabá é da ordem de R$ 21.851.580,00 milhões e a média de pagamentos por mês é de R$ 1.820.965,00. Todavia, a Prefeitura vem pagando cerca de R$ 500 mil por mês, valores abaixo da medição mensal e a dívida do município para com a empresa está na casa de R$ 19 milhões, segundo levantou a Reportagem com uma fonte segura da PMM, que apresentou notas comprovando esse fato.

Se a Prefeitura fosse levar o contrato ao pé da letra, já teria rescindido o mesmo com a empresa paulista. Na cláusula 14ª, que trata da rescisão contratual, diz que “a inexecução total ou parcial do contrato sem motivo justificável enseja a sua rescisão, com as consequências contratuais previstas em lei”.

Mas a própria prefeitura não cumpre sua parte no contrato, pagando menos da metade do que foi acordado. A pergunta, então, é a seguinte: por que a Leão Ambiental não rescinde o contrato e vai embora de Marabá. A resposta parece apontar para o fato de a empresa estar aguardando o prefeito João Salame assumir em 1º de janeiro para costurar um acordo, receber os atrasados e permanecer com o contrato até o final de seu governo, efetivando o aditivo recentemente assinado.

O acúmulo de lixo tem causado danos intensos ao meio ambiente e à salubridade pública. A grande quantidade de lixo e o tempo de exposição sem recolhimento ao local apropriado causa a proliferação de ratos, insetos e outros parasitas, o que pode acarretar sérios agravos à saúde pública.

No feriado de São Félix de Valois, na última terça-feira, 20, a Reportagem do CORREIO DO TOCANTINS foi acionada por moradores do bairro Novo Planalto, no núcleo Cidade Nova. Nazaré Lídia Camargo, residente à rua Piauí, Quadra 145 Lote 02, disse que estava preocupada com uma nova chuva porque os bueiros daquele quarteirão estão entupidos, o lixo não recolhido pela Leão Ambiental se espalhou e cenário para uma inundação está completo. “Já ficamos alagados uma vez, agora pode acontecer de novo a qualquer momento, basta chover”, desabafou ela.

Uma rápida passagem a pé (carro não circula) pelo quarteirão dá para se ter uma ideia do que Nazaré está temendo. Outros vizinhos confirmaram a falta de coleta de lixo há vários dias, embora o quarteirão esteja ao lado da avenida Boa Esperança, pavimentada. As lagoas se formam, crianças correm o risco de contrair doenças e o mau cheiro exala forte dos bueiros. “A catinga aumenta principalmente às 18 horas, eu não sei por que”, diz Januária Dias Carneiro, dona de casa.

Na cidade toda
A própria Secretaria de Urbanismo, cujos trabalhadores estão em greve por causa, reconhece que se acontecer uma chuva hoje, haverá inundação em vários bairros, como Laranjeiras, Bairro da Paz, Bela Vista, área em volta da Galeria do Camisa 10 e a Grota Criminosa, que liga o Km 7 até o Rio Tocantins.
A Reportagem do CT procurou o escritório local da Leão Ambiental para ouvir a versão da empresa sobre as denúncias, inclusive as do Ministério Público, mas ninguém atendeu ao telefone. (Ulisses Pompeu)

FONTE: http://www.ctonline.com.br



Escolas do Pará não entram na lista do TOP 100 do Enem

Entre as melhores do Estado, escola pública é a melhor. Veja qual!

22/11/2012 - 16:26 - Brasil
Atualizada às 16h43
Foi divulgado nesta quinta-feira (22), pelo Ministério da Educação (MEC), as notas por escola do Exame Nacional do Ensino Médio realizado no ano passado (Enem 2011). As notas levam em conta as médias obtidas pelos alunos de cada escola que participaram do Enem em cada uma das quatro provas objetivas (ciências humanas, ciências da natureza, linguagens e códigos, e matemática), e também na redação.
Apenas escolas com mais de 50% de participação e o mínimo de 10 alunos foram consideradas, dando um total de 10.076 escolas.[...]
O MEC fez um ranking das 100 escolas brasileiras mais bem cotadas, entre elas, nenhuma do Pará. Sendo que apenas 10 das 100 são públicas.
A média da nota geral das 10.076 escolas que tiveram pelo menos 50% de participação de seus alunos no Enem 2011 foi de 519,08. Entre as 100 melhores, porém, a média da nota final sobe para 672,53. Já as dez melhores escolas tiveram, em média, a nota 712,17. O Colégio Elite Vale do Aço, de Ipatinga, teve a melhor média na prova de redação entre todos os colégios com pelo menos 50% de participação. A média dos 27 alunos da escola que fizeram a prova foi de 830,37.
As 100 escolas que tiveram as maiores médias gerais na prova do MEC estão concentradas em 40 cidades brasileiras: quase dois terços (65%) delas estão em 11 capitais e em Brasília. As demais estão em 28 municípios nesses 11 estados.
No Pará, apenas três escolas obtiveram nota média acima de 600 pontos, foram elas: a Escola Ensino Fundamental e Médio Tenente Rego Barros, com 626 pontos, o Colégio Marista Nossa Senhora de Nazaré ficou em segundo com 624 pontos e em terceiro o Sistema de Ensino Equipe, com 617 pontos.
Além do Pará, os estados que ficaram de fora da lista de 100 melhores notas foram: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.
Redação Portal ORM
FONTE: http://noticias.orm.com.br


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Duas quentinhas direto do http://www.hiroshibogea.com.br/

Maurino promete nomear equipe de transição


Encontro ocorrido esta manhã entre o prefeito eleito João Salame, e Maurino Magalhães, resultou na garantia do atual prefeito de nomear, ainda nesta sexta-feira, cinco nomes de sua administração para comporem a Equipe de Transição de governo. Reuni]ao foi pedida por Salame, preocupado com a demora de oficialização da transição.

Prefeito eleito tem pressa em receber relatórios da situação atual contábil da prefeitura e dos contratos vencidos e a vencer, a fim de que possa constituir comissão de técnicos  para trabalhar uma agenda mínimo de ações,  a partir de 1º de janeiro.
Sem a chamada equipe de transição  oficializada pelo atual prefeito, a futura administração terá dificuldade em delinear rumos, logo após a posse do futuro prefeito.
Salame entende que Maurino não pode mais postergar decisões nesse sentido, por isso acredita que o prefeito definirá a transição até o final do dia.



Confirmado agora pela manhã a entrega ao deputado federal Asdrubal Bentes (PMDB) da relatoria do projeto de criação da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, na Comissão de Constituição e Justiça, da Câmara Federal.
O parlamentar marabaense terá a responsabilidade de apressar os trabalhos de apreciação da matéria até o dia 28 de novembro, objetivando posterior votação em plenário para que haja tempo de inclusão  ao Orçamento da União de 2013, de recursos destinaos a implantação da Unifesspa naquele ano.
A confirmação do nome de Asdrubal Bentes como relator do projeto é uma garantia de que será possível viabilizar dinheiro para o início dos trabalhos de viabilização  da universidade, em tempo do plenário da Câmara aprovar a matéria em caráter terminativo.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

JUÍZA USA ESFERA JUDICIAL E ESMAGA A DEMOCRACIA REPRESENTATIVA

Mesmo depois de ler e reler a publicação do CT ONLINE dando fé do retorno de Maurino à cadeira de prefeito de Marabá,  hoje por volta das 17 horas, ainda demorou  para cair a ficha. Com  decisão da juíza Maria Aldeci de Pissolati, através de um mandado de segurança,  Magalhães é novamente o nosso prefeito. Diante de tantas evidências de coisas erradas, mesmo não entendendo muito de lei, mas utilizador veterano do bom senso, penso que este  deveria ter prevalecido neste momento turbulento pelo qual passa a GESTÃO MUNICIPAL. Maurino não poderia ter voltado. Ontem, 10 vereadores, nossos representantes, votaram e aprovaram uma Comissão Processante para investigar o prefeito que imediatamente foi afastado. Porém, Aldeci de Pissolati, no papel de guia da tal JUSTIÇA CEGA, deu um shift + del na decisão dos vereadores, determinando que Maurino reassuma o posto de gestor municipal, e assim temos novamente O POVO GOVERNANDO. 

Marabaense, acorde cedo, vista sua mais bela roupa e vá abraçar o seu prefeito. Ele voltou pra retocar a maquiagem. 

A democracia está viva, acendendo velas pra minha esperança que morreu asfixiada por uma BOCA DE SACOLA!

MARIA DISSE PRA JOSÉ, QUE DISSE PRA LUÍS QUE ME FALOU QUE...*


  • Prefeito Salame afirmou que a promessa  dos 500 km de asfalto talvez não possa ser cumprida. Motivo: a administração MAURINO esgotou todas as fontes de piçarra liberadas pelos órgãos ambientais;
  • Mais de 9000 eleitores marabaenses confiaram "na simplicidade do Maurino" nas últimas eleições. Conversando com o eleitor Zé Sem Noção, ele me disse que "o 'homi' é tão simples que nem 'precisamu' da FEDERAL; a 'própia' PM e a CIVIL, 'discubriram' a máfia da piçarra; 
  • Os vereadores da atual gestão municipal afirmaram que não viram as irregularidades cometidas pela GESTÃO MAURINO porque durante esses quase 4 anos usaram os óculos receitados pelo médico da ÓTICA do VEREADOR ANTÔNIO DA ÓTICA;
  • Em visita a LUCÍDIO na MARIANO ANTUNES,  MAURINO O EVANGÉLICO disse-lhe: "o dinheiro compra a terra mas não compra o céu";
  • Musiquinha predileta da TURMA DA PIÇARRA: "Traz a caçamba, traz a caçamba que o samba tai[...]traz a muamba, traz a muamba e joga tudo aí[...]";
  • A secretária de finanças de Marabá ACÁCIA SAMPAIO disse que sente-se feliz ao deixar as contas da prefeitura magrinhas. Com isso, ela pôde comprovar a eficácia da HERBALIFE, "muito bem representada" por MAURINO MAGALHÃES;
  • TRE garante que mesmo sem fundos para administrar a prefeitura, com areia ou sem areia SALAME entra em janeiro; 
  • Extra! Extra! Lixeiras foram flagradas na calada da noite rodando a sacolinha pra conseguir carona pro aterro sanitário.
*O TEXTO ESCRITO ACIMA É DE CARÁTER HUMORÍSTICO (pelo menos minha mãe achou engraçado), PORTANTO NÃO REPRESENTA UM FATO VERÍDICO.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

DIRETO DO http://www.ctonline.com.br/

06/11/2012
 Acusados da máfia da piçarra serão ouvidos em juízo dia 17
 
Os dez acusados de participar de um esquema fraudulento de desvio de recursos da Prefeitura de Marabá a partir de piçarra serão ouvidos em juízo no dia 16 deste mês pelo juiz Marcelo Andrei Simão, titular da 5ª Vara de Execução Penal. Além dos dez indiciados pela Polícia Civil e Ministério Público, serão ouvidos ainda mais de dez pessoas que trabalham na Prefeitura de Marabá, as quais foram arroladas como testemunhas.

O ex-secretário municipal de Obras Lucídio Colinetti Filho e o empresário Mário Marcelo Fronczak Rocha, proprietário da empresa M.M.Fronczak-ME, fornecedora de piçarra para a Prefeitura, continuam presos no Centro de Recuperação Marabá, depois de terem sido presos no dia 23 de outubro último, durante a operação “Mar de Lama”. Para o Ministério Público e Polícia Civil, que realizaram as investigações, o desvio de dinheiro da Prefeitura de Marabá através da empresa MM Fronczak Rocha ME é superior a R$ 20 milhões.

Devido à grande quantidade de pessoas que serão ouvidas em juízo, o magistrado agendou a audiência para o Salão do Tribunal do Júri, no Fórum de Marabá.
Além de Lucídio e de Marcelo Fronczak, também figuram na lista dos dez réus do processo Adriane de Jesus Melo (ex-secretária de Obras), Antônio Carlos de Souza Gomes Júnior, Rênio Carvalho Dias, Aristeu Ferreira Gomes (fiscais da Secretaria de Obras), Weriton Aranha Figueiredo (engenheiro da Secretaria de Obras), Diamond Santos Dantas (engenheiro que atuava na Sevop), Luiz Carlos Augusto dos Santos (procurador jurídico da Prefeitura de Marabá) e Pedro José de Souza Freitas (ex-secretário de Finanças).

Os advogados de Marcelo Fronczak alegaram no pedido de revogação da prisão preventiva do acusado que o gestor municipal, Maurino Magalhães, é quem deveriam ser o principal suspeito das práticas ilícitas apuradas e seu nome sequer consta do processo.
Eles ainda esperam que o juiz decrete a prisão domiciliar de Marcelo, alegando que o mesmo detém problemas de saúde. A perícia foi feita por uma equipe do Centro de Perícias Renato Chaves, que já enviou o resultado para o magistrado, mas este ainda não divulgou o resultado do mesmo.

Valor recuperado
Ainda em sua decisão sobre pedido de revogação da prisão preventiva de Marcelo Fronczak, o juiz Marcelo Andrei argumentou que as colocações dos advogados do acusado no tocante a não ter recebido os valores constantes da denúncia, de que o bloqueio de seus bens lhe impediria de agir contra a ordem pública, contra a ordem econômica e contra a instrução criminal caem por terra à medida que há nos autos farta comprovação de que recebeu tais valores (ou pelo menos deveria ter recebido) e que tão somente foi possível com a apresentação das notas fiscais que a empresa do requerente emitiu.

“Assim, considerando que as apreensões de bens e valores não chegaram, estima-se, a 5% do valor total pago (ou do que deveria ter recebido) temos aí uma sobra de pouco mais de R$ 19.000.000,00 que não foram localizados e cujo paradeiro não se tem notícias e que podem ser utilizados contra a instrução processual e contra a ordem pública e a ordem econômica”, rechaça o juiz.

Habeas corpus negado
Depois que o juiz Marcelo Andrei indeferiu o pedido de liberdade provisória de Lucídio Collinetti e Marcelo Fronczak, os advogados de ambos recorreram ao Tribunal de Justiça do Estado, através de um habeas corpus liberatório com pedido de liminar, o que também foi negado no final da última semana.

Ao analisar o pedido de habeas corpus, a desembargadora Brígida Gonçalves dos Santos disse que “não vislumbro elementos suficientes para análise do pedido de liminar neste momento processual” e indeferiu o mesmo, pedindo mais informações sobre a acusação de ambos. (Ulisses Pompeu)




06/11/2012
 Doentes mentais vagam a ermo nas ruas de Marabá

Eles sequer sabem o próprio nome, vivem perambulando e, na maioria das vezes, comem o que catam do lixo, dormem ao relento, agridem os transeuntes e também sofrem agressões. Os doentes mentais que perambulam pelas ruas de Marabá são assim: pessoas sem rumo que precisam de um olhar – para além de piedoso – comprometido com a situação deles, a fim de que deixem de estar alheio às propostas de inclusão social.

A realidade em Marabá é preocupante tal como ou mais que o drama de todo o país, tendo em vista que não existe na cidade – e nem há previsão de existir na prática – um lugar em que os doentes mentais possam receber tratamento psiquiátrico.
Em razão dessas circunstâncias, a lente do CORREIO DO TOCANTINS foi às ruas e flagrou vários cidadãos abnegados e esquecidos à própria sorte em diversos pontos da cidade e procurou saber a história que existe por trás da vida de sofrimento de alguns deles. Os dramas são fortes, complexos e tristes, bem como tão reais e presentes no cotidiano quanto não o são as políticas públicas.

INSANIDADE
A diarista Ivanir Ferreira de Souza, 59 anos, é irmã de Antônio Ferreira de Souza Filho, 55, que possui problemas psiquiátricos. Ela conta que o irmão “ficou insano” desde os 14 e que o primeiro sintoma da “loucura” do irmão foi uma febre muito alta. “Depois da febre, pegaram ele no mato e levaram pra rua. Daí, ele ficou realmente ‘doido’. Desde esse tempo, o Antônio nunca ficou bom.”

Ivanir explica que há dias em que seu irmão melhora devido aos medicamentos controlados, mas no mais das vezes sempre apresenta comportamento agressivo. “Ele já chegou até a quebrar o braço de uma mulher com um pau; já correu atrás de mim e quase me furou”, lembra.
Para a diarista, o poder público deveria fazer algo por pessoas como Francisco e tantas outras que, sem parentes e aderentes em Marabá, vivem à margem da sociedade, sem eira, nem beira. “Sou doente da coluna e dos rins, trabalho porque é o jeito, senão falta comida em casa. Preciso do medicamento dele, grátis, porque eu sempre tenho de comprar”, conta.

ESQUECIMENTO
Evandro Gonçalves Costa relata a história de uma doente mental – não identificada por ele – que geralmente vaga pela Folha 26, sem lenço e sem documento, e sempre passa em frente ao estabelecimento em que ele trabalha. “Ela joga pedra em estudantes e até em carros e cata restos de comida para comer. Deveria haver um lugar para abrigar pessoas como ela, que são doentes mentais, como um centro de recuperação”, indica Costa, segundo quem a mulher está na rua porque não tem familiar para cuidar dela.

O comerciante Orivaldo Alves tem um ponto na Avenida Antônio Maia e vê constantemente o doente mental de prenome Manoel. “Ele corre de um lado para outro, abandonado, como se tivesse atormentado e chega até a andar nu. Ele e tantos outros que têm problemas mentais precisam da atenção do poder público local. E cadê?”, questiona.

A respeito do comportamento de Manoel, o comerciante afirma que ele amedronta os populares. “Ele joga pedras no chão quando está muito indignado. Eu creio que a família dele já fez o que pode, agora cabe ao poder público fazer sua parte. E quem sabe um dia essa a pessoa possa sair de seu universo de problemas psiquiátricos e voltar ao convívio em sociedade”, conclui.

ABANDONO
A aposentada Cecília dos Santos de Oliveira, 76 anos, mora na Folha 28 e é mãe de Eliene dos Santos Oliveira, 35. Dona Cecília lembra, com tristeza e amargura, que dez anos atrás Eliene engravidou do namorado, que pulou fora de assumir as obrigações e abandonou a moça.

Desesperada, Eliene tomou remédio para “perder” a criança. “Ela tomou, mas vomitou depois muitos comprimidos azuis e desmaiou. Levamos ao hospital, onde recebeu cuidados médicos, mas o profissional que a atendeu alertou que ela mais cedo ou mais tarde ficaria com sequelas devido à overdose”, narra a aposentada.

Dois anos depois do ocorrido, Eliene começou a apresentar sintomas de distúrbio mental e segue doente até hoje. “Ela chega a bater nas pessoas e jogar pedras. Em casa, ela fica num quarto separado. As pessoas estavam até ameaçando dar parte de mim.” Eliene toma medicação gratuita e tem acompanhamento médico mensal, ainda assim, para dona Cecília, isso não é o bastante. “Na minha opinião, os doentes deveria ter uma casa de internação.”

SOSSEGA LEÃO
Instituições alegam fazer o
que está nas possibilidades


A Reportagem do CORREIO ouviu Nádjalúcia Oliveira Lima, assessora técnica da Secretaria Municipal de Assistência Social (Seasp), para saber a respeito dos projetos que a Prefeitura de Marabá possui para o tratamento de pessoas que têm esse tipo de distúrbio psiquiátrico.

Nádjalúcia afirmou que a Seasp trabalha apenas a parte da deficiência, com repasse de aporte financeiro e de recursos humanos à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). “Fazemos também o Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social. É uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Social e a Previdência Social. Fazemos a triagem para os encaminhamentos necessários”, explica, esclarecendo que a secretaria não possui abrigo para acolher os doentes mentais.

“A família tem de ter suporte para dar continuidade à medicação. Temos apenas o Lar São Vicente para o caso do idoso doente mental. Fora isso, é difícil”, encerra.
BOMBEIROS
O capitão do Corpo de Bombeiros em Marabá, Sherdley Novaes, destacou que, nos casos em que o doente mental apresenta crises, a corporação é acionada via Ciop ou é dado auxílio ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), no que diz respeito a fazer a contenção da pessoa.

Por conseguinte, é feito o transporte do doente mental ao Hospital Municipal de Marabá (HMM) ou, se houver um ferimento mais grave, ele é encaminhado direto para o Hospital Regional. “Quase diariamente, recebemos chamada sobre eles, já que Marabá tem um alto número de doentes mentais”, observa o oficial.
Novaes ressalta que muitas vezes o Corpo de Bombeiros encaminha o doente mental hoje; é feito o tratamento com medicação; e amanhã, ou daqui dois ou três dias, o mesmo doente está novamente sendo motivo de mais um chamado. “Geralmente, esse doente não tem família, nem a cidade tem local para tratamento.”

O capitão informa que, diante de um doente mental agressivo, o mesmo é medicado com um Sossega Leão, a fim de controlá-lo. (Emilly Coelho e Josseli Carvalho)