terça-feira, 8 de maio de 2012

AINDA SEM EXPLICAÇÃO

Professor morto de joelhos na garagem da própria casa




É um verdadeiro mistério para polícia, familiares e colegas de trabalho as circunstâncias acerca do assassinato que vitimou o professor de Matemática José de Souza Andrade Filho, de 36 anos, ocorrido pouco antes das 13 horas desta segunda-feira (7) na Folha 14. O professor mal havia chegado em casa, no lote 4 da quadra E, e estacionado sua moto, quando dois sujeitos invadiram o quintal e o executaram, à queima-roupa, na entrada da garagem.

“Ele chegou em casa, e essas pessoas já o vinham seguindo, abordaram-no dentro do pátio da casa e o executaram. Antes, eles fizeram a esposa dele se afastar, o mandaram se ajoelhar no chão e então atiraram”, contou o capitão PM Saraiva. As pernas de José permaneceram na posição em que estavam, de joelhos, e apenas o tronco da vítima tombou para frente. José morreu antes mesmo de retirar o capacete, com o qual havia chegado. O policial acrescentou que os atiradores teriam afirmado que queriam apenas a moto, apesar de nada terem levado da vítima. “Eles falaram que queriam a moto, um deles disse 'eu vim pegar a moto', mas nada foi roubado. É tudo muito estranho”, concluiu o policial.

O que muita gente se pergunta é o porquê do que seria um simples assalto os facínoras terem transformado num assassinato cruel e impiedoso, tendo sido colocado de joelhos, como se a vítima estivesse pedindo clemência.

SEM RUMO

A Polícia Militar, que fez os primeiros levantamentos, nada conseguiu apurar que pudesse causar o homicídio e tampouco conseguiram identificar os assassinos ou a placa da motocicleta utilizada por eles. “Ele era professor, não tinha rixas e era uma pessoa tranquila. As pessoas com quem conversamos e que trabalhavam com ele há algum tempo, todas elas, disseram que ele era uma pessoa exemplar e tinha conduta normal”, acrescentou o capitão.

O delegado Rodrigo Paggi, que está à frente da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, também não consegue vislumbrar, por enquanto, as causas ou a autoria da execução. “A polícia foi ao local como de costume, e nós pedimos as perícias normais e levantamento do local do crime, além do exame de necropsia e a remoção do cadáver. Constatamos que ele era de excelente índole, trabalhador e profissional, com nada que o tornasse alvo de um crime como este. A polícia continua colhendo elementos e informações para chegar à autoria. Estamos dando nosso melhor esforço para ter uma conclusão”, declarou.

Segundo informações do perito Pablo, do Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves”, que esteve coordenando a perícia e a remoção, antes ainda do exame necroscópico foram detectadas ao menos três perfurações na vítima provocadas por arma de fogo. “A gente levantou dois tiros à queima-roupa na nuca e um tiro na mão, o que sinaliza uma situação de defesa por parte da vítima. Agora, vamos prosseguir nos levantamentos para tentar localizar os autores desse crime”, disse, acrescentando que cápsulas foram recolhidas e serão encaminhadas para o setor de balística definir o calibre utilizado pelo atirador.

As autoridades destacam que quem tiver informações a respeito do crime o ainda sobre a identidade e localização do autor ou autores dos disparos pode entrar em contato com o Disque-Denúncia Marabá (3312-335) ou o serviço de denúncias da Polícia Civil (181). As denúncias são registradas de forma anônima, sem colocar o denunciante em situação de risco.

COMOÇÃO

José de Souza Andrade Filho era casado com a também professora Edileuza Andrade. Ele era professor de Matemática, mas estava afastado das salas de aula porque atualmente trabalhava no Departamento de Formação da Secretaria Municipal de Educação (Semed), onde já estava há um ano e meio, atuando como formador em Matemática. O professor era responsável por ministrar treinamento a educadores dessa disciplina que atuam de 6º ao 9º ano na rede municipal de ensino.

Segundo o diretor de Ensino Urbano da Semed, Edson dos Anjos, José nunca se envolveu em brigas, não andava em festas e era extremamente caseiro. “Aqui na Semed, ele era um professor muito querido e sempre prestativo”, afirmou. A notícia do assassinato do professor José se espalhou rapidamente na tarde de ontem e deixou os colegas de trabalho em clima de profunda tristeza. O secretário municipal de Educação, Antônio Disney Almeida, dispensou os 20 professores que atuam na formação para que acompanhassem o velório e dessem assistência à família do professor.

O corpo de José será sepultado hoje (8) no município de Brejo Grande do Araguaia, a 95 quilômetros, às 10 horas. Dois ônibus de servidores da Educação de Marabá vão sair de frente da Semed, localizada no Bairro Agrópolis do Incra, às 8 horas, para que os colegas de trabalho possam acompanhar o enterro. A última escola em que ele trabalhou como professor de sala de aula foi a Julieta Gomes Leitão, no Bairro São Félix.

Em Brejo Grande, ontem à noite, o clima era de comoção no velório do mestre, bastante conhecido e estimado na cidade onde morou antes de vir para Marabá. Ele era irmão do também professor José de Ribamar, coordenador pedagógico. (Ulisses Pompeu e Luciana Marshall)

Fonte: www.ctonline.com.br

2 comentários:

  1. Olá, companheiro, vamos criar uma blogosfera forte nesse município. Parabéns pelo blog.

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    1. Com certeza, amigo. Sou novato nesse ramo, ainda estou me habituando com essa maravilhosa ferramenta de comunicação. Espero poder contribuir, na medida do possível.
      Abraços!!!

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