Matéria extraída do www.ctonline.com publicada no dia 08/06/2012
“Bi, bi, bi... Sai da frente!” Seis da tarde em Marabá, e os buzinaços dão o tom da orquestra de mais um final de expediente. As filas de carros e motos já estão formadas, com condutores alucinados para chegar em casa, depois de mais um dia de trabalho. O trajeto internúcleos é exaustivo e, a depender de onde se esteja para onde se vá, pode durar até duas horas, variando conforme a animosidade dos condutores ou dos acidentes mil que ocorrem diariamente, causando algum congestionamento. Marabá não para.
A faceta de centro regional mais dinâmico do interior do Pará se mostra, em Marabá, com base em seu tráfego intenso, em determinadas horas do dia, por meio de sua síndrome de cidade grande. Os horários de pico da cidade quase centenária estão na ida ao trabalho, entre 7h30 e 8h30; na volta para o almoço, entre 11h30 e 12h30; no batente do segundo turno de serviço, entre 13h30 e 14h30; e, enfim, na volta para casa, entre 17h30 e 18h30. Nessas horas, o caos é total, e coletivos, caminhões, caçambas, caminhonetes, carros de passeio e motocicletas duelam cada centímetros nas ruas e pistas dos núcleos urbanos, numa verdadeira demonstração de agonia, azucrinação e perigo constante.
E os números não deixam a desejar. Que a frota de veículos automotores no município é elevada e que as vias de passagem tornaram-se pequenas para a loucura no trânsito, disso todos sabem. No primeiro dia deste mês, quando a população de Marabá chegou a 243.747 habitantes, conforme estimativa a partir de números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a frota de veículos era de 67.346 veículos, segundo contagem do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Ou seja, Marabá tem um carro para cada 3,62 habitantes. É praticamente um carro por família, considerando-se o fato de que, segundo o Censo 2010, a média de moradores em domicílios particulares ocupados é de 3,84 pessoas.
Em linhas gerais, o município mais populoso do sudeste do Pará e o 4º do Estado tem frota maior que o número de residências: são 67 mil veículos contra 60.720 residências particulares ocupadas. Isso implica dizer que, em tese, os habitantes têm carro, mas não têm garagem onde guardá-lo, embora não seja rara a existência de populares que tenham em casa três ou quatro veículos e, também, que prefiram ter carro a casa própria. O Censo 2010 revelou que é alta a incidência de donos de veículo que moram em imóvel alugado na sede municipal.
ENTRE CAPITAIS
Por outro lado, se Marabá fosse uma capital, seria a de ordem 23 no que concerne à densidade da frota. Isso porque o número de veículos por habitante daqui não é tão grande quanto se pensa – ou se diz – que é. Entre as capitais de Estado, Marabá – se fosse uma – só teria proporcionalmente mais carro que São Luís, que tem densidade de um veículo para cada 3,63 habitantes; Salvador, com um carro ou moto para cada 3,85 pessoas; Macapá, com densidade de um para 3,86; Maceió, de um para 4,1; e a capital do próprio Pará, Belém, que é lanterninha na lista, tendo apenas um veículo para carregar, em média, 4,31 habitantes.
A melhor do ranking das capitais é Curitiba. Lá, que tem população de 1.862.832 habitantes, possui frota de 1.325.126 unidades. Na ponta do lápis, dá um veículo para praticamente um (precisamente 1,4057) habitante. Em seguida, vem Goiânia, que é menos populosa que Belém, mas tem praticamente três vezes mais carros e motos que a capital paraense (são 945.833 na capital do Goiás contra 327.060 na do Pará). A maior cidade goiana tem um veículo para cada 1,4107 habitante.
A lista segue com outras capitais com um veículo para menos de dois habitantes: Florianópolis (1,55), Belo Horizonte (1,65), São Paulo (1,7), Campo Grande (1,8678), Cuiabá (1,8708), Porto Alegre (1,91), Vitória (1,93), Brasília (1,96). A cidade de São Paulo, por exemplo, que tem 11.378.795 habitantes e é a terceira maior do planeta, possui, conforme o Denatran, 6.674.012 veículos. É mais carros e motos juntos que toda a população do Estado do Maranhão. No Rio de Janeiro, que tem 6.391.452 de veículos e é a 19ª cidade mais populosa do globo, 2.221.601 veículos alvoroçam as ruas da capital fluminense, o equivalente a um Tocantins e meio de gente. (André Santos)
A faceta de centro regional mais dinâmico do interior do Pará se mostra, em Marabá, com base em seu tráfego intenso, em determinadas horas do dia, por meio de sua síndrome de cidade grande. Os horários de pico da cidade quase centenária estão na ida ao trabalho, entre 7h30 e 8h30; na volta para o almoço, entre 11h30 e 12h30; no batente do segundo turno de serviço, entre 13h30 e 14h30; e, enfim, na volta para casa, entre 17h30 e 18h30. Nessas horas, o caos é total, e coletivos, caminhões, caçambas, caminhonetes, carros de passeio e motocicletas duelam cada centímetros nas ruas e pistas dos núcleos urbanos, numa verdadeira demonstração de agonia, azucrinação e perigo constante.
E os números não deixam a desejar. Que a frota de veículos automotores no município é elevada e que as vias de passagem tornaram-se pequenas para a loucura no trânsito, disso todos sabem. No primeiro dia deste mês, quando a população de Marabá chegou a 243.747 habitantes, conforme estimativa a partir de números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a frota de veículos era de 67.346 veículos, segundo contagem do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Ou seja, Marabá tem um carro para cada 3,62 habitantes. É praticamente um carro por família, considerando-se o fato de que, segundo o Censo 2010, a média de moradores em domicílios particulares ocupados é de 3,84 pessoas.
Em linhas gerais, o município mais populoso do sudeste do Pará e o 4º do Estado tem frota maior que o número de residências: são 67 mil veículos contra 60.720 residências particulares ocupadas. Isso implica dizer que, em tese, os habitantes têm carro, mas não têm garagem onde guardá-lo, embora não seja rara a existência de populares que tenham em casa três ou quatro veículos e, também, que prefiram ter carro a casa própria. O Censo 2010 revelou que é alta a incidência de donos de veículo que moram em imóvel alugado na sede municipal.
ENTRE CAPITAIS
Por outro lado, se Marabá fosse uma capital, seria a de ordem 23 no que concerne à densidade da frota. Isso porque o número de veículos por habitante daqui não é tão grande quanto se pensa – ou se diz – que é. Entre as capitais de Estado, Marabá – se fosse uma – só teria proporcionalmente mais carro que São Luís, que tem densidade de um veículo para cada 3,63 habitantes; Salvador, com um carro ou moto para cada 3,85 pessoas; Macapá, com densidade de um para 3,86; Maceió, de um para 4,1; e a capital do próprio Pará, Belém, que é lanterninha na lista, tendo apenas um veículo para carregar, em média, 4,31 habitantes.
A melhor do ranking das capitais é Curitiba. Lá, que tem população de 1.862.832 habitantes, possui frota de 1.325.126 unidades. Na ponta do lápis, dá um veículo para praticamente um (precisamente 1,4057) habitante. Em seguida, vem Goiânia, que é menos populosa que Belém, mas tem praticamente três vezes mais carros e motos que a capital paraense (são 945.833 na capital do Goiás contra 327.060 na do Pará). A maior cidade goiana tem um veículo para cada 1,4107 habitante.
A lista segue com outras capitais com um veículo para menos de dois habitantes: Florianópolis (1,55), Belo Horizonte (1,65), São Paulo (1,7), Campo Grande (1,8678), Cuiabá (1,8708), Porto Alegre (1,91), Vitória (1,93), Brasília (1,96). A cidade de São Paulo, por exemplo, que tem 11.378.795 habitantes e é a terceira maior do planeta, possui, conforme o Denatran, 6.674.012 veículos. É mais carros e motos juntos que toda a população do Estado do Maranhão. No Rio de Janeiro, que tem 6.391.452 de veículos e é a 19ª cidade mais populosa do globo, 2.221.601 veículos alvoroçam as ruas da capital fluminense, o equivalente a um Tocantins e meio de gente. (André Santos)
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